«Quem de dentro de si não sai,
vai morrer sem amar ninguém.»
“Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amanta
Numa sempre diversa realidade.”
Vinícius
de Moraes
De repente do riso fez-se o pranto.
Silencioso e branco como a bruma.
E das bocas unidas fez-se espuma.
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento.
Que dos olhos desfez a última chama.
E da paixão fez-se o pressentimento.
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente.
Fez-se de triste o que se fez amante.
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo, o distante.
Fez-se da vida, uma aventura errante.
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
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